Bastam cinco minutos de conversa para descobrirem que você é do Sul, barbaridade isso, tchê!
Passado mais uma Semana Farroupilha acabamos por essa vez nos indagar sobre a potência desse sentimento que o gaúcho tem por essa data e decidimos explorá-lo mais a fundo. Confira na leitura abaixo:
Um pouco de História da Semana Farroupilha
À meia noite do dia 7 de setembro de 1947, antes do Fogo da Pátria ser extinto, Paixão Côrtes, Cyro Ferreira, Antônio Siqueira, Orlando Degrazia, Fernando Vieira, Cyro Costa, Cilço Campos e João Vieira, compunham “Os oito bombachudos”, como viriam a ficar conhecidos. Eles capturaram uma fagulha da chama da Pira da Pátria utilizando um cabo de vassoura com trapos enrolados na ponta e transladaram esta fagulha a cavalo até o saguão do colégio Júlio de Castilhos, situado na cidade de Porto Alegre, onde permaneceu acesa em um candeeiro crioulo até o dia 20 de setembro em homenagem a os líderes farroupilhas. Foi então formada a 1ª Ronda Crioula da História.
Numa época conflituosa em que a sociedade negava hábitos, costumes e tradições gauchescas, essa ação teve o intuito de retomar o sentimento de orgulho das coisas tradicionais. Este processo de comemorações começou em um movimento estudantil com alunos de diversas camadas sociais e segmentos étnicos, que levantou-se em favor das tradições. O objetivo era achar uma trilha diante da perda da fisionomia regional e combater a descaracterização. Em suma: procuravam a identidade da terra gaúcha.
Explicando o Bairrismo Gaúcho
Essa é uma característica que parece vir de berço com o gaúcho, um sentimento forte de pertencimento e de forte orgulho à terra forjada a fogo ainda na infância de todos que habitam o Rio Grande do Sul. Mas é importante salientar a diferença entre bairrismo e tradicionalismo, que algumas vezes são confundidos como o mesmo.
Bairrismo é a convicção que o seu local de vivência é o melhor para se viver, com qualidades, culturas e costumes superiores aos outros. No Rio Grande do Sul, o bairrismo está presente nos times de futebol Grêmio e Inter, no hino rio-grandense, na literatura regional, na música e entre outras várias formas em que os gaúchos salientam o amor pelo estado.
Tradicionalismo são os valores do passado do Rio Grande do Sul que resistem ao tempo e que são ressaltados e cultivados. É o caso dos CTG’s, do uso da indumentária gaúcha, do costume do
chimarrão entre outros.
As opiniões se dividem quando se expõe a questão do bairrismo gaúcho. Por um lado, gaúchos que apoiam o bairrismo consideram esse sentimento como crucial para a identidade do Rio Grande do Sul, por outro, existe a outra parte que considera as atitudes bairristas sem fundamento e egoístas. Nas palavras de Ernesto Fagundes, compositor e cantor da música regionalista gaúcha, “O amor exagerado pela terra não faz mal a ninguém desde que respeite a opinião do outro” resume bem o que seria a forma saudável de bairrismo.
O Amor do Gaúcho
Acabamos por descobrir que o sentimento de amor do gaúcho é inerente a datas comemorativas, pois ele o exercita diariamente, seja tomando o seu chimarrão fazendo um churrasco, mas principalmente no respeito à sua história e suas raízes.
Comemorar a Semana Farroupilha é comemorar a história de um povo que tem identidade, cultura e tradição, é reviver e rememorar os caminhos e processos que definiram nosso território e nossas características!